Essa semana, eu reli o livro Fazendo meu filme 2
da Paula Pimenta. Eu tinha me esquecido
de como me sentia lendo esse livro e agora,
eu me identifico tanto com a Fani.
"Sabe o filme do "Mágico de Oz"? Pois é. De certa forma, eu estou em Oz. Aqui é lindo, as pessoas são felizes e me tratam como se eu fosse uma princesa.
Descobri que, antes de voltar pra casa, eu terei que percorrer uma longa estrada de tijolos amarelos.
Porém, quando eu tinha apenas começado a caminhada, uma bruxa muito malvada apareceu. Essa bruxa se chamava "Saudade", e eu percebi que, se não desse um jeito de exterminá-la de primeira, eu nunca conseguiria ir até o final para ganhar o par de sapatinhos vermelhos que me levariam de volta para casa. Por isso, resolvi fazer como a Dorothy, que derreteu a bruxa de Oz com um balde de água fria.
Em vez de derreter, eu achei melhor colocar a minha bruxa no freezer, escondê-la no fundo do meu coração, e resolvi que só tiraria de lá quando eu pudesse descongelá-la com o calor do Brasil. A partir daí, "Oz" virou um lugar muito mais fácil de se viver. Fiz amizade com espantalhos, homens de lata e leões, que eu sei que me acompanharão durante todo o percurso. Mas eu não preciso chegar ao fim do caminho para saber o que a Dorothy demorou tanto para descobrir: "Nenhum lugar é melhor que a própria casa."
A saudade aqui é uma coisa constante, pelo menos pra mim. Não tem como negar. Tudo me lembra alguém do Brasil, mas eu não quero voltar, muito pelo contrário ! Eu estou amando tudo. Sinto muita falta dos meus pais. Do meu quarto. Da minha cozinha. Dos meus amigos. Da minha sala de aula. Da comida sempre fresquinha, da minha vista pro mar.
Ano que vem, eu vou ter tudo isso de volta, aí "Oz" ficará para trás !
"Te enxergo bem mais como a Alice no País das Maravilhas, que, de repente, caiu em um mundo completamente desconhecido e vai precisar passar por diversas transformações, antes de descobrir que tudo não passou de um sonho. (...) Acho que esqueceu deste diálogo, e ele pode ser tão útil pra você neste momento:
"Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui ?", perguntou Alice.
"Depende bastante de para onde quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importa muito pra onde", disse Alice.
"Então não importa o caminho que tome", disse o Gato.
"Contanto que eu chegue a algum lugar", Alice acrescentou.
"Oh, isso certamente você vai conseguir", afirmou o gato, "desde que ande o bastante."
Você ainda não andou o bastante. E acho que deve se preocupar com o caminho, escolher bem que direção vai tomar, senão corre o risco de caminhar em círculos e não chegar a lugar nenhum..."
É sempre difícil estar longe de casa. Sair da nossa zona de conforto é pior ainda. Chegar em um lugar que você não conhece ninguém, isso foi bem difícil pra mim, sempre estudei na mesma escola, com as mesmas pessoas.
O "País das Maravilhas" tem sido tão bom pra mim. Conheci tantas pessoas maravilhosas, fiz tantas amizades com pessoas do mundo inteiro. Hoje eu não consigo imaginar o quanto vai doer dizer adeus pra tudo isso em dezembro. Eu tenho ainda muito tempo pra aproveitar tudo isso.
Isabella Prado
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